sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Sementes de Infinito


Não sei se já é hora,
Não sei se já esperei demais,
Sei que fiz tudo agora...
Não pensei, somente senti, nada mais.
E de repente uma coragem
Que ainda há pouco me faltava,
Cresce em meu peito tão livre e selvagem,
Inspirando minha alma a continuar.
Como meu coração que agora não mais bate,
Parece saltar…
E não ouso fazer planos,
Muito menos pensar no futuro…
Não, agora não… Tudo me parece certo,
Mas de algum modo obscuro…
Faço sem vergonha ou medo,
Esperando o tiver que acontecer,
Tenho um mundo todo na ponta dos meus dedos,
Esperando pra nascer…
E no girar do mundo,
Tudo se mistura e se funde...
O que você achou ser seu por um segundo,
Não era mais que uma ilusão,
E aquilo que não tinha a menor importância,
É agora o que comanda seu coração…
Quem pode, realmente, prever o que virá?
Tudo que acontece hoje, no que dará?
Construo meu futuro, como quem semeia um campo…
Mas são sementes de infinito,
Que florescem com um encanto…
O destino lhes diz que frutos darão.
E a vida?
A vida segue seu caminho
Entre o burburinho e a confusão,
Mas agora minhas sementes foram lançadas…
Regue-as, destino, e me diga que frutos trarão.





domingo, 5 de agosto de 2012

Cartas Invertidas


Lanço uma pergunta aos céus,
E recebo a resposta de todos os deuses.
Eles se mostram entre seus véus,
Deixando-me entrever o futuro em seus olhos.
Suas faces límpidas e sem emoção,
Demonstram que não fazem parte,
Daquilo que está em ação.
Mas esse não é o destino que pedi.
Entre tudo o que mais queria,
Com certeza, não foi isso que escolhi.
Será isso mesmo que irá acontecer?
No curso de minha própria vida,
Hei de me perder?
Não, não ouso acreditar,
E guerrearei contra todos os deuses,
Até meu futuro se transformar!
Não acredito no que seus olhos me dizem,
Mesmo que repitam mais de mil vezes
E as cartas invertidas que se contradizem,
Não quero nem olhar,
Coloco-as, novamente, no monte
Para que possam repensar...
Essa sou eu, esse é meu destino...
Nas cartas desse tarô obscuro,
Eu tiro as cartas que quiser,
Para formar o meu futuro!
Virem seus olhos, deuses,
Para um novo horizonte,
Eu joguei um outro jogo,
Já não vou mais beber, serei a fonte...
Ás águas de eternamente fluindo,
Debaixo de muitas pontes.
Abram os olhos, deuses,
E olhem bem distante,
Vejam meu novo jogo,
Que está agora tão brilhante.
No tarô de minha vida,
Somente eu dou as cartas de agora em diante.




sábado, 21 de julho de 2012

Transformação



Já faz tanto tempo.
Acabou de passar.
Na janela sinto o vento,
Brisa suave que me faz recordar.
Época de alegrias,
Momentos de lágrimas,
São lembranças maravilhosas
Descritas em palavras e páginas.
O passado agora me parece perfeito.
Um tempo tão diferente,
Tudo tão sem defeito.
Guardado em algum lugar de minha mente
Tudo roda como um filme.
Espectadora fiel da minha vida incoerente,
Vejo tudo se transformar.
Criança, menina, mulher…
Os ponteiros do relógio não param de andar.
Ontem, hoje e amanhã se misturam
Formando uma história sem fim.
As feridas abertas não se curam,
São lições que o mundo traz para mim.
Olhando para o passado,
Caminhando em direção ao futuro.
Uma alma se libertando passo a passo,
Procurando iluminar o escuro.
Ainda presa no eterno nascer e morrer,
Mas já consciente do que é preciso fazer.
Amar, respeitar e progredir…
Nós nascemos para evoluir.





quinta-feira, 5 de julho de 2012

Alguém me Salve


Reprimida pelo mundo,
Presa por regras,
Regida por conceitos,
Tento me libertar…
Padrões sem sentido,
E assim tentam me moldar.
Lugar hipócrita,
Onde ninguém revela o que quer.
Sinismo e egoísmo
Escondem quem você realmente é.
Suas vontades e desejos
Ninguém pode revelar,
Mergulhados em segredos
Que nunca pretendem contar.
Escondidos atrás de máscaras,
Afogados em sua ganância,
Se sujeitam à sua própria ignorância.
Por favor, alguém me salve!
Eu não quero viver assim,
Cercada pela hipocrisia,
Em um lugar onde ser você é uma heresia.
Eu não sou igual à ninguém.
Conceitos, regras e repressão,
É isso que eles usam
E pretendem nos levar à sujeição.
Eu não aceito esse padrão.
Eu quero ser diferente,
Quero ser quem realmente sou...
E não quero ser considerada louca,
Só porque o mundo não me moldou.




quarta-feira, 13 de junho de 2012

Universos


Vejo a chuva cair pela janela.
E atrás desse horizonte
Tantas vidas se desenrolam como novela,
Jorrando de uma eterna fonte,
Como essas gotas grandes e frias
 Que caem de um céu acinzentado
Num dia frio,
De um junho nublado.
Vidas tão diferentes e singulares
Seguem seus próprios caminhos
Com seus pensamentos e pares.
Tantas vezes vão sozinhos,
Se encerrando em seus lares,
Universos pequenos e particulares
Tidos como únicos e verdadeiros.
Estrelas no céu da vida,
Cavalos em seu eterno celeiro,
Enxergando apenas seu devaneio,
Como se só aquilo fosse certo e verdadeiro.
Continuam a seguir e a viver.
Cegos, com olhos tapados,
Sem perguntar ou responder,
Em seus pensamentos encurralados…
Sem sequer notar
Que há tantos outros universos
Se desenrolando bem ao seu lado.




terça-feira, 5 de junho de 2012

Colapso Perfeito


Ah, meu Deus, nos perdoe!
Somos cegos e destruidores.
Há tanto tempo nossa alma se perdeu,
Que hoje vive iludida,
Achando que tudo no mundo é seu.
Vive sozinha e desconsolada,
E pelo mundo anda perturbada,
Atrás de números e metais
Que são mera ilusão.
Se enchendo de jóias e cristais
Que não preenchem o vazio em nosso coração.
E tudo se tornou tão normal
Que é difícil viver fora do sistema.
Não há mais ordem natural
E criam-se inúmeros problemas.
Foi tudo tão bem feito
Que, mesmo próximos ao colapso,
Todos acham que estão vivendo
Num mundo perfeito.



segunda-feira, 21 de maio de 2012

Descrença


Como pode ser possível
Esse relógio não parar,
Se mesmo que por fora eu seja outra,
por dentro nada parece mudar?
Ainda me sinto criança
E o mundo tão grande e desafiador,
Às vezes abala minha confiança
E se mostra assustador.
Como pode ser possível
Eu ter que me desenvolver,
Se mesmo que me mostre confiante,
Por dentro me recuso a crescer?
Ainda sou tão pequena
E o mundo tão cheio de gente,
Que não sei onde me encaixo na cena
Deste grande teatro incandescente.
Como pode ser possível
O tempo passar tão rápido,
Se na janela de minha vida
A infância deixa um brilho tão pálido?
Ainda custo a acreditar
Que num mundo tão sem sentido
Preciso encenar um papel
Para o qual não me deram nada escrito.



sexta-feira, 11 de maio de 2012

A Coragem que me Falta


A coragem me falta,
Quando mais a procuro...
Encubro-a com minhas falhas,
Meus sentimentos sem sentido,
Jogo-a em qualquer canto obscuro
Como se jamais houvesse existido.
Me afogo com prazer
No mar mesquinho da normalidade,
Me deixo levar sem remorsos
Nas ondas da mediocridade...
E cadê essa coragem que me falta?
Ela não estava bem aqui?
Cadê todas as certezas,
Que ao longo do tempo construí?
Eu sei, vida sem sentido,
Que você está tentando me levar,
Mas não se engane comigo,
Eu não vou deixar você ganhar.
Lá nos cantos obscuros
Ainda se esconde a coragem
Que me faz saber qual é o meu lugar.


sexta-feira, 4 de maio de 2012

Questões ao Futuro


O horizonte se descortina à minha frente
Em um doce rolo de nuvem branca,
Anunciando alegre e inconsequente
O que nos guarda o futuro.
Me distancio cada vez mais
De todos que vieram e passaram,
De tudo que ficou para trás
E agora me parece cenário desfeito,
Seus personagens há muito rarefeitos.
Diálogos esquecidos e perdidos
Em um mundo construído e destruído,
Sucessivamente, sem interrupção.
E o futuro chega sem avisar,
Lentamente, ignora nossos planos feitos em vão,
Já que ele muitas vezes não se deixa guiar
E tenta nos impor suas vontades.
Mas o que é você, futuro,
senão uma parte inédita de minha vida?
O que é você,
Senão o resultado do que faço hoje?
O que é você, futuro,
Senão um sonho que teima ser sonhado
E em breve chegará realizado?



quinta-feira, 26 de abril de 2012

Tic-Tac


Tic-tac… Tic-tac…
É o som que ouço
Nas janelas da vida,
Anunciando que o tempo passa
E o mundo se transforma.
Tic-tac… Tic-tac…
É o som que nos chama,
Nos convida a viver,
Anunciando que a vida vai,
Com ou sem você.
Tic-tac… Tic-tac…
É o som que ouço
Vindo e vibrando na vida,
Cada vez mais rápido
Deixando-me perdida.
Tic-tac… Tic-tac…
Como eu queria que fosse mais devagar,
Poder ficar aqui,
Quem sabe viver e voltar,
Fazer de novo sem se preocupar.
Tic-tac… Tic-tac…
É o som que ouço sem parar
E acaba me deixando doida,
Pois a vida está acontecendo tão rápido
Que quase não a vejo passar.


sábado, 21 de abril de 2012

Minha Memória


Entre silêncios e gritos sufocados,
Entre dias cinzentos e céus nublados,
Entre pensamentos e devaneios,
Me afogo nas ondas de minha mente,
Me deixo levar pela correnteza...
Sem olhar muito pra onde, sigo em frente.
Muitas vezes me viro e olho para trás,
Porém não é pecado sentir saudade demais.
Vejo o tempo passar diante de meus olhos
E ele vai deixando marcas eternas.
Muita vida num pequeno espaço de tempo.
Lembranças inesquecíveis, fogosas e ternas.
Uma vida bem vivida,
Muitas emoções sentidas,
Aventuras inesperadas
Em noites quentes e de lua estrelada.
Sorrisos sinceros e apaixonantes,
Beijos românticos e ardentes,
Toques suaves e homens cativantes,
Olhares obscuros em lugares excitantes.
Gargalhadas despreocupadas,
Luzes de alegria em um mundo cinzento.
Encontros e palavras desprogramadas,
Idéias obscuras em meio a névoa de minha mente.
Rostos desconfigurados
Misturados à fumaça crescente.
E o tempo pode passar,
O relógio pode correr,
Independente do que acontecer
É aqui que vou estar.
Dançando na minha memória
Entre lembranças reluzentes.
Pedaços perdidos de uma grande história
Se mexendo ao som da música que a gente sente.
E o tempo pode passar,
O relógio pode correr,
Independente do que acontecer
É aqui que vou estar.
Nos braços de minha memória
Mexendo meus pés freneticamente.
Refazendo toda minha trajetória
Com as luzes piscando num ritmo quente.
Um baile em homenagem ao passado,
Um reencontro da mulher com a menina,
Toda uma vida passando atrás desses olhos embaçados.  




terça-feira, 10 de abril de 2012

Esconderijos



Em cada esquina,
Em cada lugar escuro,
Se escondem pedaços de uma menina.
Vestígios obscuros
De um tempo que passou,
De uma vida cheia de caminhos,
De um mundo que acabou.
Em cada estrela,
Em cada olhar,
Se escondem pedaços de um sonho.
Vestígios perdidos
De perguntas sem respostas,
De questionamentos esquecidos,
De um tempo que se foi.
Em cada passo,
Em cada palavra,
Surge uma nova esperança
De ver o mundo como uma criança,
De acreditar,
De poder, mais uma vez, realizar.









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