quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Procura


Deus,
Qual é a velocidade certa?
Qual é o caminho certo?
Qual é a escolha certa?
O quê, em nome dos céus,
É certo fazer?
Será que coloco batinas
E começo a falar latim,
Mesmo se ninguém entender?
Ou talvez procure um mosteiro,
Faça meus votos de austeridade
E medite o dia inteiro
Procurando me encontrar.
Seja monja, iogue e
Pelo santo Himalaia comece a peregrinar.
Posso também bater tambor,
Chamar preto-velho, caboclo e Iemanjá.
Ser feliz, ser devota e cantar.
Quem sabe eu apenas não observe
E veja Deus em todas as coisas.
Sabedoria cotidiana suprema
De quem o silêncio é o maior professor,
Daquele que já venceu a dor.
E quando me cansar,
Talvez tudo mude
E eu suba num púlpito gritando:
Corra! Jesus está vindo te salvar!
Posso te procurar nas mesas falantes
Que começaram a girar.
Receber teus ensinamentos, conversar…
Posso olhar para o céu
E seguir uma grande estrela brilhante,
Boas novas de Davi
Acenando a todos os viajantes.
E se ainda fraquejar,
Posso ir muito mais além.
Talvez procure sentido nas palavras
Do grande profeta Maomé
Até as portas de Jerusalém.
Como grande protetora
Invoco a rainha da floresta.
Sabedoria, paz e luz,
Em forma de planta e festa.
E as vidas vão passar...
Tantas coisas eu serei
E em tantas coisas vou acreditar.
Mas não importa o que aconteça,
Ou quem eu seja,
Eu sigo te procurando,
Mesmo sem saber onde te encontrar,
Pois aonde quer que eu vá,
Aonde quer que eu olhe,
Todos dizem que você está lá.
E assim meio perdida
Continuo a peregrinar.
E mesmo que todas as instituições humanas
Tentem te deturpar,
Eu sei que com coração aberto,
Sentimento puro e compreensão,
Aonde que que eu vá,
Ainda conseguirei ver o teu olhar



sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Sementes de Infinito


Não sei se já é hora,
Não sei se já esperei demais,
Sei que fiz tudo agora...
Não pensei, somente senti, nada mais.
E de repente uma coragem
Que ainda há pouco me faltava,
Cresce em meu peito tão livre e selvagem,
Inspirando minha alma a continuar.
Como meu coração que agora não mais bate,
Parece saltar…
E não ouso fazer planos,
Muito menos pensar no futuro…
Não, agora não… Tudo me parece certo,
Mas de algum modo obscuro…
Faço sem vergonha ou medo,
Esperando o tiver que acontecer,
Tenho um mundo todo na ponta dos meus dedos,
Esperando pra nascer…
E no girar do mundo,
Tudo se mistura e se funde...
O que você achou ser seu por um segundo,
Não era mais que uma ilusão,
E aquilo que não tinha a menor importância,
É agora o que comanda seu coração…
Quem pode, realmente, prever o que virá?
Tudo que acontece hoje, no que dará?
Construo meu futuro, como quem semeia um campo…
Mas são sementes de infinito,
Que florescem com um encanto…
O destino lhes diz que frutos darão.
E a vida?
A vida segue seu caminho
Entre o burburinho e a confusão,
Mas agora minhas sementes foram lançadas…
Regue-as, destino, e me diga que frutos trarão.





domingo, 5 de agosto de 2012

Cartas Invertidas


Lanço uma pergunta aos céus,
E recebo a resposta de todos os deuses.
Eles se mostram entre seus véus,
Deixando-me entrever o futuro em seus olhos.
Suas faces límpidas e sem emoção,
Demonstram que não fazem parte,
Daquilo que está em ação.
Mas esse não é o destino que pedi.
Entre tudo o que mais queria,
Com certeza, não foi isso que escolhi.
Será isso mesmo que irá acontecer?
No curso de minha própria vida,
Hei de me perder?
Não, não ouso acreditar,
E guerrearei contra todos os deuses,
Até meu futuro se transformar!
Não acredito no que seus olhos me dizem,
Mesmo que repitam mais de mil vezes
E as cartas invertidas que se contradizem,
Não quero nem olhar,
Coloco-as, novamente, no monte
Para que possam repensar...
Essa sou eu, esse é meu destino...
Nas cartas desse tarô obscuro,
Eu tiro as cartas que quiser,
Para formar o meu futuro!
Virem seus olhos, deuses,
Para um novo horizonte,
Eu joguei um outro jogo,
Já não vou mais beber, serei a fonte...
Ás águas de eternamente fluindo,
Debaixo de muitas pontes.
Abram os olhos, deuses,
E olhem bem distante,
Vejam meu novo jogo,
Que está agora tão brilhante.
No tarô de minha vida,
Somente eu dou as cartas de agora em diante.




sábado, 21 de julho de 2012

Transformação



Já faz tanto tempo.
Acabou de passar.
Na janela sinto o vento,
Brisa suave que me faz recordar.
Época de alegrias,
Momentos de lágrimas,
São lembranças maravilhosas
Descritas em palavras e páginas.
O passado agora me parece perfeito.
Um tempo tão diferente,
Tudo tão sem defeito.
Guardado em algum lugar de minha mente
Tudo roda como um filme.
Espectadora fiel da minha vida incoerente,
Vejo tudo se transformar.
Criança, menina, mulher…
Os ponteiros do relógio não param de andar.
Ontem, hoje e amanhã se misturam
Formando uma história sem fim.
As feridas abertas não se curam,
São lições que o mundo traz para mim.
Olhando para o passado,
Caminhando em direção ao futuro.
Uma alma se libertando passo a passo,
Procurando iluminar o escuro.
Ainda presa no eterno nascer e morrer,
Mas já consciente do que é preciso fazer.
Amar, respeitar e progredir…
Nós nascemos para evoluir.





quinta-feira, 5 de julho de 2012

Alguém me Salve


Reprimida pelo mundo,
Presa por regras,
Regida por conceitos,
Tento me libertar…
Padrões sem sentido,
E assim tentam me moldar.
Lugar hipócrita,
Onde ninguém revela o que quer.
Sinismo e egoísmo
Escondem quem você realmente é.
Suas vontades e desejos
Ninguém pode revelar,
Mergulhados em segredos
Que nunca pretendem contar.
Escondidos atrás de máscaras,
Afogados em sua ganância,
Se sujeitam à sua própria ignorância.
Por favor, alguém me salve!
Eu não quero viver assim,
Cercada pela hipocrisia,
Em um lugar onde ser você é uma heresia.
Eu não sou igual à ninguém.
Conceitos, regras e repressão,
É isso que eles usam
E pretendem nos levar à sujeição.
Eu não aceito esse padrão.
Eu quero ser diferente,
Quero ser quem realmente sou...
E não quero ser considerada louca,
Só porque o mundo não me moldou.




quarta-feira, 13 de junho de 2012

Universos


Vejo a chuva cair pela janela.
E atrás desse horizonte
Tantas vidas se desenrolam como novela,
Jorrando de uma eterna fonte,
Como essas gotas grandes e frias
 Que caem de um céu acinzentado
Num dia frio,
De um junho nublado.
Vidas tão diferentes e singulares
Seguem seus próprios caminhos
Com seus pensamentos e pares.
Tantas vezes vão sozinhos,
Se encerrando em seus lares,
Universos pequenos e particulares
Tidos como únicos e verdadeiros.
Estrelas no céu da vida,
Cavalos em seu eterno celeiro,
Enxergando apenas seu devaneio,
Como se só aquilo fosse certo e verdadeiro.
Continuam a seguir e a viver.
Cegos, com olhos tapados,
Sem perguntar ou responder,
Em seus pensamentos encurralados…
Sem sequer notar
Que há tantos outros universos
Se desenrolando bem ao seu lado.




terça-feira, 5 de junho de 2012

Colapso Perfeito


Ah, meu Deus, nos perdoe!
Somos cegos e destruidores.
Há tanto tempo nossa alma se perdeu,
Que hoje vive iludida,
Achando que tudo no mundo é seu.
Vive sozinha e desconsolada,
E pelo mundo anda perturbada,
Atrás de números e metais
Que são mera ilusão.
Se enchendo de jóias e cristais
Que não preenchem o vazio em nosso coração.
E tudo se tornou tão normal
Que é difícil viver fora do sistema.
Não há mais ordem natural
E criam-se inúmeros problemas.
Foi tudo tão bem feito
Que, mesmo próximos ao colapso,
Todos acham que estão vivendo
Num mundo perfeito.



Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...