quarta-feira, 13 de junho de 2012

Universos


Vejo a chuva cair pela janela.
E atrás desse horizonte
Tantas vidas se desenrolam como novela,
Jorrando de uma eterna fonte,
Como essas gotas grandes e frias
 Que caem de um céu acinzentado
Num dia frio,
De um junho nublado.
Vidas tão diferentes e singulares
Seguem seus próprios caminhos
Com seus pensamentos e pares.
Tantas vezes vão sozinhos,
Se encerrando em seus lares,
Universos pequenos e particulares
Tidos como únicos e verdadeiros.
Estrelas no céu da vida,
Cavalos em seu eterno celeiro,
Enxergando apenas seu devaneio,
Como se só aquilo fosse certo e verdadeiro.
Continuam a seguir e a viver.
Cegos, com olhos tapados,
Sem perguntar ou responder,
Em seus pensamentos encurralados…
Sem sequer notar
Que há tantos outros universos
Se desenrolando bem ao seu lado.




terça-feira, 5 de junho de 2012

Colapso Perfeito


Ah, meu Deus, nos perdoe!
Somos cegos e destruidores.
Há tanto tempo nossa alma se perdeu,
Que hoje vive iludida,
Achando que tudo no mundo é seu.
Vive sozinha e desconsolada,
E pelo mundo anda perturbada,
Atrás de números e metais
Que são mera ilusão.
Se enchendo de jóias e cristais
Que não preenchem o vazio em nosso coração.
E tudo se tornou tão normal
Que é difícil viver fora do sistema.
Não há mais ordem natural
E criam-se inúmeros problemas.
Foi tudo tão bem feito
Que, mesmo próximos ao colapso,
Todos acham que estão vivendo
Num mundo perfeito.



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