A
areia onde finco meus pés
Suave
se move e se ajeita,
Pelas
curvas de uma ampulheta.
O
presente escorrega devagar,
Tão
lento e suave
Que
quase não vejo passar.
Aos
poucos seus grãos
Deixam-se
cair e sem querer
Transformar-se
em passado.
Nas
areias que caíram
Vejo
tudo que fui.
Dentro
dos quais adorei
Todos
os deuses que amei.
Gárgolas
e anjos esculpidos
Misturam-se
num mar de ações
Sempre
tão sem sentido.
Tudo
que eu era ruiu
Misturou-se
a areia do tempo.
Veio
a ampulheta
E
depois o vento.
Pleno
deserto se encontra o infinito
Enquanto
os grãos de minha vida
Deslizam
descompassados
Em
meu presente
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